monstro Amor

O monstro Amor teve inspiração nas obras do doutor Tomaz Z, ou Amor Monstro (como costuma assinar nas suas obras), iluminador e poeta espontâneo (ou instantâneo) onde os poemas (assim como os efeitos luminosos) são criados no momento da exibição ou publicação nada antes planejado. Os versos de Tomaz Z às vezes são desconexos, fruto das interferências ambientais ou da desconcentração do indivíduo. Percebe-se, porém, uma intencionalidade da obra: diversão. Talvez não para os seus leitores, mas para o próprio autor no momento da escrita outrora com bastante ritmo e rima, outrora com versos intermináveis e de leitura exageradamente veloz intercaladas de silêncio e palavras sem significados.

monstro Amor constrói sua música com a mesma fórmula: de maneira espontânea, mas com os pés fincados na sua formação tradicional de música mais popular do mundo: o rock, com seu baixo, guitarra, bateria, teclado e efeitos sonoros. Sempre num clima de descontração chegando quase sempre a um ritmo dançante, nada original permitindo-se a revelar suas influências sonoras: Velvet Underground, Syd Barret, Nick Cave, Thelmo Cristovam, Paulinho do Amparo, Objeto Amarelo, Sonic Youth, Pexbaa, Kraftwerk, Felá Kuti, New Order e Naked City.

O inovador é fazer um disco ao vivo de resultado da edição de 80 minutos de gravação, quando da terceira reunião dos seus músicos (a idéia surgiu no segundo ensaio: a fórmula de serem uma banda de free noise psico dance deu certo, não poderia deixar de gravar um próximo encontro). Após esta terceira reunião as outras próximas sete foram apresentações com o público que foi se identificando com a idéia de ter que escutar a mesma música. Free noise. Resultado sonoro da energia que rola entre músicos que curtem barulho e em público exigente, mas nada careta.

O projeto não é de uma banda fixa, fechada, tanto é que na gravação acabou participando o Adriano Leão (que foi o auxiliar de gravação) e o Erismar (que estava no estúdio fazendo não sei o quê, e foi convidado a participar).